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89 ROCK FEED

A premiada artista Fernanda Victorello aprendeu a desenhar logo cedo, com o pai. Hoje, ela expõe suas obras em festivais de rock, estampas de marcas fashion e galerias de arte no exterior

Por Felipe Machado

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Quando você descobriu que tinha talento para desenhar?

Desde muito pequena sempre gostei de música, desenho e pintura. Tive a sorte de nascer em uma família que também aprecia e incentiva essas atividades. Depois de praticar em casa orientada pelo meu pai, Eduardo Victorello, recorri a escolas de arte para o aprendizado clássico e embasamento teórico, como ele havia feito.

Sua série ‘Cavalos’ foi feita a quatro mãos com Eduardo Victorello. Como foi trabalhar com o pai?

O projeto nasceu por acidente: ao ver alguns trabalhos que meu pai havia desenvolvido rapidamente em um caderno, sugeri algumas técnicas e acabamentos de forma experimental, já pensando em formatos maiores. Mostrei os três primeiros resultados  ao meu pai, que por sua vez, apresentou o trabalho ao curador de arte Paco de Assis. Ele sugeriu que a gente montasse uma exposição com esse conceito. Continuei os experimentos e o resultado foi uma série composta por 17 peças.

Você acha que o seu talento para a arte foi hereditário?  

Não costumo usar o termo talento, pois na maioria das vezes sinto que as pessoas não consideram o esforço, o estudo e a dedicação que esse processo envolve. Mas é inegável que ter alguém muito próximo orientando, incentivando e informando sobre a estrutura necessária faz toda a diferença. Me sinto privilegiada por ter nascido neste ambiente.

Quais são seus ídolos na música e no desenho?

Nas artes visuais e esculturas, Leonardo da Vinci, MC Escher, Caravaggio, William-Adolphe Bouguereau, Guy Denning, Shallow Grave Studios, Gil Elvgreen, Alberto Vargas, H. R. Giger e Hajime Sorayama, Vic Rattlehead. Na música, gosto de Sepultura, Metallica, Rob Zombie, Crucified Barbara, Lynyrd Skynyrd, Pure Ink, Black Sabbath, Megadeth, Elvis, Johnny Cash e Amy Winehouse.

Muitas bandas de rock usam ilustrações como símbolos ou nas capas dos discos. Quais são suas capas favoritas? 

‘Chaos AD’, do Sepultura, que foi meu primeiro CD... ‘The Blackening’ e ‘Unto the Locust’, do Machine Head, ‘Hellbilly Deluxe’, do Rob Zombie , ‘The Downsward Spiral, do Nine Inch Nails, ‘Just Push Play’, do Aerosmith, e ‘Stop the war’, do Megadeth.

Qual foi o artista mais legal que você já desenhou? Você já entregou sua obra para algum roqueiro famoso? Qual foi a reação?

Como gosto de música desde pequena, já desenhei muita gente. Não tenho um preferido, mas gosto bastante dos trabalhos que fiz com o Andreas Kisser (Sepultura). A primeira peça baseada em uma foto que gosto muito foi entregue a ele, que pareceu contente, é possível vê-la em seu escritório. Este ano refiz este trabalho com nova técnica para compor a exposição exibida no festival Monsters of Rock. Para essa exposição, também fiz um retrato do Gene Simmons (Kiss), que o MRossi entregou a ele. Não vi a reação, mas pelo que o Marcelo me contou, foi positiva.  

Como foi a experiência de ter exposto durante o festival Monsters of Rock?

Fantástica, foi uma grande oportunidade de apresentar em grupo peças que fazem parte da mesma linha de raciocínio e que normalmente são apresentadas individualmente. Fora isso, foi muito importante pessoalmente ter a resposta do público roqueiro sobre este grupo de trabalho, que é o meu preferido. A receptividade foi incrível.

Como começou seu envolvimento com moda? Para quais marcas você desenha hoje?

Depois de um tempo trabalhando como designer gráfico em agências, continuei a desenhar e ilustrar de forma paralela. Fiz projetos como freelancer, mas não via muita possibilidade de desenvolvimento até o dia em que soube de uma vaga na marca Cavalera para o setor de programação visual. A partir daí, descobri uma forma de viabilizar a ilustração de forma comercial e passei a atender a outras marcas da mesma forma.

Atualmente atuo na área de arte e design da marca MCD – More Core Division, na execução e coordenação. Isso limita bastante a minha atuação em outras marcas, pois o tempo que o cargo exige não me permite atender a todos. Em alguns períodos, consigo atender encomendas, o ultimo projeto que fiz para outra marca na área de moda foi uma série de estampas desenvolvidas para o desfile do Alexandre Herchcovitch este ano na São Paulo Fashion Week.

Entre elas, Ópera Rock, Hering, V.ROM, Alexandre Herchcovitch, entre outras. Na marca MCD – More Core Division, do Grupo Big Brands, atuei durante 8 anos na área de arte e design na execução e gerenciamento do setor de artes junto os desenhistas e designers desenvolvedores.


Você também trabalha com joias. Como você concilia esse mercado de luxo mantendo a atitude do rock 'n roll?

As joias atendem  minha necessidade de exercitar o desenho de forma técnica, industrial. É um processo completamente diferente do trabalho de ilustração, que é bastante orgânico. Ainda não desenvolvi uma peça com o tema o rock ‘n roll, mas tenho este desejo e acredito que este universo é bastante receptivo na área de acessórios. Mas como a matéria-prima para o desenvolvimento de joias é muito cara, esse valor é um fator que limita bastante a viabilidade. O processo tem um custo alto e o produto final não deixa de refletir isso, infelizmente. Mas não descarto a junção destes dois mundos, seria incrível executar este desenvolvimento.

Você já ganhou vários prêmios no exterior. Como foi o processo de inscrever suas obras nesses concursos?

Quando fico sabendo sobre os salões, apresento meus trabalhos no processo de seleção. Tenho tido sorte por serem aprovados. Fico contente com este reconhecimento, mas acredito que ainda não fiz a peça perfeita, tenho muito que aprender.

Suas obras foram expostas na mostra 'Symphony & Melody', da Galeria Ward-Nasse, em Nova York. Como chegou lá?

Todas estas exposições têm um processo semelhante: fazem o anúncio, há um regulamento e uma data para apresentação dos trabalhos para aprovação do júri, etc. Assim como nos salões, apresentei fotos de dois trabalhos e eles foram selecionados.

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